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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Palavras


Pousei os livros na mesa para

ver o que os livros dizem; e

abri-os, como se abre a melancia, para

provar o que vem lá dentro,

com o sumo a escorrer por entre

sílabas e versos.



Mas o que me ficou nas mãos

foi a palavra única, a que juntei

o amarelo do limão

e a transparência da água; e espalhei

essa palavra no campo, para

que outras palavras nascessem

da sua música.



Na primavera, entrarei

nesse campo como se entra

num livro, descansando à sombra

das palavras que semeei.



N U N O  J Ú D I C E
do blog A a Z

a propósito
do Prémio Reina Sofía de Poesia Iberoamericana

6 comentários:

  1. Não podias ter escolhido melhores palavras do que as de Nuno Júdice.

    beijinho

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  2. Fui frequentadora assídua do blogue de Nuno Júdice.
    Gosto muito do poeta, esperava mais do homem, neste momento em particular, pois quando o conheci era uma pessoa quase tímida, mas de forte convicções...

    bjs

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  3. Se semeou as palavras,
    elas vão florescer
    e dar muitas e muitas palavras
    e talvez um campo repleto de palavras
    sem espaço para mais palavras...

    E isso vai acontecer!

    Maria luísa

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  4. E que as tuas palavras floresçam também, por aqui...

    Beijinho

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  5. entrar num livro amarelo limão
    e ficar lá

    muito boa a escolha do poema!


    obrigada Petrus, pelas suas palavras


    um abraço

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  6. Como não actualizas...resta vir aqui agradecer a tua atenção e desejar-te uma boa semana.

    Bjs

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