Jorge Silva Melo dizia no folheto de sala: Será
possível ver outra vez Maggie, a Gata, como uma aventureira que a falta de
dinheiro cega? Será possível voltar a pôr no palco estes dilemas, esta
ansiedade, esta sofreguidão? Eu aposto que sim. Mas é uma peça de teatro.
“
(…) desejo que cada espectador possa guardar dentro de si
a extraordinária liberdade destes artistas maravilhosos cuja disponibilidade e
grandeza não sei se merecemos.”
Percebi bem o significado da mensagem, principalmente na parte final!
O espectáculo é uma aposta bem ganha. E eu, como simples espectador (que também não deixa de estar em cena) guardo bem dentro de mim a liberdade de que fala.
Tanta qualidade de trabalho, confrontada com a notícia que nos chega de Lisboa falando no sentido de expulsar a companhia do Jardim onde está instalado, fazem-nos levantar a seguinte questão: Será
que a capital não consegue entender, de uma vez por todas, que a companhia deve ter o direito a
um lugar que ajudou a reanimar? Será que a companhia tem a sina de sobreviver eternamente em instalações precárias?!
Quem sabe se a resposta vem por aí, ... prestes a rebentar,
no melhor sentido?!
Espectáculo único, a reter na memória.
Valeu a pena? Oh! Se valeu!