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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Para além do muro





Olhas para além do muro; e

o que vês? O tempo para além do tempo,

a tarde que não chega, ou a noite que

vai chegar quando menos a esperas,

uma última ave no limite

do céu, pedindo-te que a não sigas.

Mas não cedas ao abraço da árvore,

ao apelo das raízes, à melancolia

de um desejo de horizonte. Encosta-te

a esse muro, sabendo que ele desenha

o espaço que te foi dado, e que as tuas

mãos descobrem no frio da pedra.

Não te resignes ao que existe. A ave

que desapareceu por trás da colina conhece

o caminho que os teus olhos procuram.
N U N O  J Ú D I C E

blog "A a Z",
há cinco anos,
precisamente!

10 comentários:

  1. Aqui está um poeta que conheço muito mal. Gostei .
    Um abraço e bom fim de semana

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  2. Um poema completo de um poeta sensível.
    Gostei!
    beijinhos

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  3. Quanta poesia, quanta verdade escondida no tempo, no muro, na ave ,nas raízes...nos olhos que anseiam ir mais além...Adorei a foto e o Nuno Júdice!!!!

    Beijinho

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  4. Eu adoro Nuno Júdice! É talvez o poeta vivo que mais leio! E releio a cada instante!
    E mais uma vez me quedei por aqui...

    Conheço o blogue aqui identificado. Do tempo em que Júdice o publicava!

    Livre de 'hacker' vim agradecer a presença e amizade!

    Um beijo,

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  5. Excelente esta sua escolha meu amigo.
    Há tanta coisa que os olhos não alcançam mas o coração sente.
    Já tinha saudades suas, foi bom receber o seu comentário carinhoso.


    beijinhos

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  6. o silêncio
    é a última ave no limite do céu

    grata pelas suas palavras e pelo poema de Nuno Júdice!

    um abraço

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  7. Muito bom o seu blogue, Petrus ! O escritor de Curitiba que recebeu o prêmio Camões é Dalton Trevisan. Sim, vale a pena lê-lo. Um abraço !

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